sábado, 4 de agosto de 2012

A IGREJA: UM POVO ESCOLHIDO.


SÉRIE ANGLICANISMO. Neste primeiro encontro vamos aprender um pouco sobre a Igreja, um povo escolhido por Deus. Na Bíblia encontramos vários em que Deus chamou, escolheu muitos homens e mulheres para que fossem agentes de seu reino aqui na terra.

O primeiro passo de Deus na execução desse seu plano foi formar um povo através no qual Ele não apenas faria nascer o Messias, como também abençoaria todas as famílias da terra. E esta promessa Deus fez um homem chamado Abraão (Gn 12. 1 a 3; Ex. 19. 1 a 6)

Deus deu a este povo algo que nenhum outro povo jamais poderia ter: como povo escolhido de Deus, mas principalmente, traria a satisfação de novamente poder repartir a si mesmo com as pessoas.

A maneira de Deus sinalizar sua presença no meio do povo de Israel, seu povo escolhido, foi o Tabernáculo, onde Deus fez repousar sua glória (Ex. 25.8; 29.45,46; 40. 38 a 42). O Tabernáculo era o templo móvel. Cada vez que o povo se deslocava, desmontava o Tabernáculo e o levava consigo, assim, a presença de Deus estava no meio do povo. O Tabernáculo era apenas um símbolo da presença de Deus no meio do seu povo.

O Tabernáculo existiu até que o grande rei Davi, que desejou construir um Templo para Deus. Apesar de Deus não gostar muito da idéia, Ele aceitou, só que com uma restrição: quem iria construir uma casa para deus, não seria Davi, mas sim um dos seus descendentes. Aquele sim, construiria uma casa eterna para que Deus habitasse e através dela reina para todo o sempre (II Cr. 17. 11 a 14 )

Certamente que este descendente de Davi ao qual Deus se referia era o Messias, que pagaria a divida de todas as pessoas e edificaria uma casa eterna para Deus. Mas, mesmo assim, Davi levou adiante seu intento de construir um Templo e Deus providenciou para que fosse construído no reinado de seu filho Salomão. Então Salomão construiu o Templo, dedicou-o a Deus e Ele o abençoou prometendo ouvir as orações feitas naquele lugar (II Cr. 7. 1 a 16)

Mais ou menos mil anos depois do Templo de Salomão, que alias já havia sido destruído e reconstruído, Jesus Cristo, o Filho de Deus foi enviado ao mundo. A afirmação de Jesus: “Derrubai este santuário, em três dias e em três dias o levantarei”. Foi um escândalo (Jo. 2.9, 10). As pessoas não entendiam como um Templo construído em 46 anos poderia ser reconstruído em apenas três dias. A questão é que Jesus estava se referindo ao seu corpo, seu povo, a sua Igreja, a não a um Templo com pedras e cimento.

E assim aconteceu, Jesus morreu e em três dias ressuscitou, atraído para si, todos creram nEle.

Depois da sua ressurreição, Jesus apareceu várias vezes aos seus discípulos, e Ele deu a seguinte ordem: “fiquem em Jerusalém e esperem até que o Pai dê o que prometeu, conforme eu disse a vocês. Pois de fato João batizou com água mas dentro de pouco dias vocês serão batizados com Espírito Santo” (At. 1. 4, 5). E essa promessa de foto aconteceu no dia de Pentecostes.


Afirmando a Sanidade - Bispo Robinson Cavalcanti

Afirmando a Sanidade

O Pecado Original, a Queda dos primeiros pais, tornaram enferma a humanidade. A condição humana adquiriu a perecibilidade: adoece, envelhece e morre. A enfermidade tem uma dimensão física, mas, também, uma dimensão psíquica, moral e espiritual. Temos “defeitos de fabricação” em todas elas. Do ponto de vista emocional somos todos neuróticos, e alguns psicóticos.
Reconhecer que se é enfermo – disse alguém – é metade da cura. Os próximos passos seriam o diagnóstico correto e o terapeuta e a terapia adequada.
Jesus Cristo disse que não veio para os sãos, mas para os enfermos!
A narrativa dos evangelhos descreve que traziam a Jesus os endemoniados (possessos, doentes espirituais), os lunáticos (doentes mentais) e os aleijados (doentes físicos). E que a todos ele curava!
Daí se fala que “a Igreja é um grande hospital”, entre cujos pacientes se encontram os próprios terapeutas...
Quanto às enfermidades, não há Igreja neutra, mas podemos perceber a existência de três modelos:
1.     As Comunidades Terapêuticas: a acolhida, o amor, o perdão, o apoio, a solidariedade, o estímulo, a fraternidade, a partilha, concorrem para a cura dos males de várias naturezas, recuperando as pessoas, aproximando-as do modelo sadio do Jesus Cristo-Homem. Esse modelo seria aquele que estaria no coração de Deus;

2.     As Comunidades Patogênicas: o emocionalismo, o culto às personalidades, o legalismo, o moralismo, a manipulação concorrem para desencadear ou agravar patologias individuais dos fiéis, e do conjunto dos relacionamentos. Há estudos estatísticos sobre a presença de egressos dessas comunidades em consultórios e clínicas;

3.     As Comunidades Indiferentes: com uma religiosidade tradicional ou formal, restrita aos ritos e dogmas, sem maiores preocupações com essa dimensão.


Como toda a criação é una, ferramentas de várias disciplinas científicas podem (e devem) ser usadas, de forma interdisciplinar, com os clérigos, visando o bem-estar dos que integram a comunidade de fé, pois somos uma realidade psicossomático-espiritual, e tudo se relaciona com tudo.
Mas, cremos no milagre. Deus não é escravo das leis por Ele mesmo criadas. O maior milagre é a conversão, o novo nascimento, bem como o milagre da santificação, o que não deixa fora o aliviar ou a cura das enfermidades, embora não haja promessa de que todos e em tudo serão curados, nem que a igreja deve apelar para o curandeirismo ou o charlatanismo.
Uma tradição anglicana é o Culto da Bênção da Saúde, onde os ministros ungem os enfermos com óleo abençoado pelo Bispo no Culto da Quinta-feira Santa.
Que nesse Tempo de Quaresma nos penitenciemos por termos concorrido para a enfermidade ou nos omitido da cura, em arrependimento quando temos sido mais comunidades indiferentes ou patogênicas do que comunidades terapêuticas.
Salvação, Santidade e Sanidade são inseparáveis.
 “Deus Todo-poderoso, Tu és a torre forte em quem depositamos a nossa confiança: possam os enfermos que estão sofrendo encontrar descanso em ti; que saibam e sintam que não há nenhum nome debaixo do céu a quem possam recorrer para receber saúde, senão no nome de Cristo, nosso Senhor. Amém” (Livro de Oração Comum Brasileiro – LOCb).
Recife (PE), 09 de março de 2010,
Anno Domini.
+Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano