terça-feira, 13 de novembro de 2012

PELO DIREITO DE SER, CRER E DIZER.

 
 
Revdo. Maurício Amazonas, OSE
 
1. COMEÇO – Como membro-fundador do Fórum Diálogos, e enquanto clérigo da Igreja Anglicana – Diocese do Recife, sinto-me profundamente honrado por participar desta construção ao lado de tantas pessoas respeitáveis, fraternas e de fácil convivialidade. Há exatamente um ano e cinco dias, o Bispo Robinson Cavalcanti, de saudosa memória, me convidou para representar nossa Diocese perante o Ministério Público do Estado de Pernambuco, no evento embrião deste Fórum, às 14h do dia 7 de Novembro de 2011, na 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital / Promoção e Defesa dos Direitos Humanos. Ainda mais feliz fiquei por saber que o convite vinha assinado pelo já muito conhecido e justo defensor dos Direitos Humanos, o Dr. Westei Conde y Martin Júnior. Gostaria também de dizer da minha alegria em trabalhar nesta comissão ao lado do Revdo. Daniel Barbosa, OSE, meu irmão, amigo e companheiro de outras tantas lides.
 
2. FINALIDADE – Estamos aqui nesta manhã para dizer e tornar público que Pernambuco não tolera a intolerância religiosa. Somos seres criados para o diálogo, cujo resultado salutar sempre será a compreensão. Como cidadãos e cidadãs, somos livres e podemos crer, praticar e defender as nossas crenças, pública e livremente, sendo garantida a liberdade de culto a quem quer que seja, como reza a nossa Constituição (Art. 5º, VI). Isso implica que os diferentes devem conviver dentro dos mesmos espaços sociais, respeitando as diversas manifestações de crenças e cultos. Esta liberdade não implica em querer fazer com que o outro concorde com minhas crenças ou pensamentos, mas que cada pessoa tem o sagrado direito de ser, de crer e de dizer o que pensa. A contrapartida deste direito implicará no dever de deixar que o outro também seja, creia e diga o que pensa, mesmo que com ele não se concorde. Neste ponto, vale citar o Voltaire: “Discordo de tudo quanto dizes, mas dou a minha vida para que tenhas o direito de dizer”.
 
3. LAICIDADE – Na condição de Igreja e outros credos religiosos aqui representados, acreditamos e defendemos um Estado laico. Isso implica que Estado não pode ter uma religião oficial, nem muito menos “oficiosa”. Obrigação do Estado é garantir que todas as pessoas, organizações e instituições possam expressar suas ideias livremente. No entanto, os agentes do Estado devem entender que, “embora o Estado seja laico, a nação é religiosa”, como bem escreveu o Bispo Robinson Cavalcanti. Somos um povo com forte matriz religiosa cristã, africana e indígena. Mas aqui também se acolheu a prática do judaísmo, e islamismo, bem como filosofias orientais, como o budismo; e filosofias europeias, como os pensadores liberais, positivistas e ateístas.
 
4. PARTICIPAÇÃO – Sendo o Estado separado da Igreja, exatamente por isso queremos dizer que a Igreja não pode ser amordaçada em sua liberdade de expressão. Somos herdeiros de uma tradição superior a 4 mil anos de história e sedimentação de valores que nos são muito caros. Nós queremos mantê-los, tanto quanto outros grupos religiosos também querem manter suas práticas e liturgias. Mas também podemos dizer que muito temos a contribuir com o Estado e queremos fazer ouvir nossa voz no que diz respeito à propriedade e uso da terra, da moradia, da saúde pública, do aborto, da eutanásia, da guerra, da sexualidade humana, da educação para paz, sobre ecologia e meio ambiente, sobre questões do racismo, das mulheres, dos indígenas, da produção de alimentos etc. Também não podemos silenciar diante da corrupção e dos sistemas anti-vida que ensaiam tomadas de poder e dominação.
 
5. PREVENÇÃO – Já se disse que “o preço da liberdade é a eterna vigilância”. Não podemos ignorar que a liberdade é conquista do povo organizado na luta pelos seus direitos. Liberdade não foi e jamais será prêmio dos poderosos e dominadores. Há uma tensão permanente entre os que querem preservar a liberdade e os que almejam cassá-la proibi-la. Estamos de olhos atentos contra toda e qualquer forma de cerceamento que venha coibir a crítica e o livre exame das ideias, pretendendo criar castas que não toleram o diferente e não permitem a expressão do contraditório. A Constituição do Brasil diz que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. E diz ainda: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem” (Art. 5º, IV e V). Está tudo aqui. Façamos cumprir a nossa Constituição do Brasil, promulgada em 5 de Outubro de 1988. O nosso País precisa conhecer e admitir a religiosidade do seu povo. Nossos filhos e filhas precisam crescer numa pátria livre e fraterna, que promova e acolha o diferente, em respeito e harmonia, garantindo que todos nós tenhamos publicamente o direito de ser, de crer e de dizer. Por isso lutamos e conquistamos. Isso nós temos e queremos preservar. Muito obrigado!
Revdo. Maurício Amazonas, OSE
Diocese do Recife - Comunhão Anglicana

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eu Tenho Um Sonho - Discurso do Rev. Martin Luther King, Jr.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

28 de agosto de 1963

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Culto de Ações de Graças, pelo aniversário da Missão Anglicana Comunidade da Paz

 
 
Domingo dia 14/10/2012 às 9:30, acontecerá um Culto de Ações de Graças pela data de seu aniversário
 
Convidamos você e sua familia para participar deste dia festivo.

domingo, 5 de agosto de 2012

Lançamento do Livro da Escritora Poetisa Margarett Leite


A MISSÃO ANGLICANA COMUNIDADE DA PAZ, participou neste domigo dia 05/08 as 16h do Lançamento do Livro: GALÉU, Uma mulher chamada amor.  da autoria da escritora e poetisa MARGARETT LEITE, no Sitio Histórico de Olinda no bairo do Carmo.

O Livro: é uma Coletânia de Poesias Romaticas da autora, apresenta o significado de Galéu: Amor, como ela era chamada por seus entes mais queridos.

Mulher forte, dedicada e sensível, Galéu que sempre amou e tenta descrever em versos esse sentimento tão profundo que é o Amor. (Editora Babecco)
 
Estiveram presente nesta evento representando a Missão Anglicana Comunidade da paz o Rev Daniel Barbosa e sua esposa Alcidenia Maria, que parabenizaram a escritora.

O evento contou com a presença de muitos poetas, poetisas, artistas, professores e, politicos e outros.

O encontro foi finalizado com uma apresentação de um Maracatu.

sábado, 4 de agosto de 2012

A IGREJA: UM POVO ESCOLHIDO.


SÉRIE ANGLICANISMO. Neste primeiro encontro vamos aprender um pouco sobre a Igreja, um povo escolhido por Deus. Na Bíblia encontramos vários em que Deus chamou, escolheu muitos homens e mulheres para que fossem agentes de seu reino aqui na terra.

O primeiro passo de Deus na execução desse seu plano foi formar um povo através no qual Ele não apenas faria nascer o Messias, como também abençoaria todas as famílias da terra. E esta promessa Deus fez um homem chamado Abraão (Gn 12. 1 a 3; Ex. 19. 1 a 6)

Deus deu a este povo algo que nenhum outro povo jamais poderia ter: como povo escolhido de Deus, mas principalmente, traria a satisfação de novamente poder repartir a si mesmo com as pessoas.

A maneira de Deus sinalizar sua presença no meio do povo de Israel, seu povo escolhido, foi o Tabernáculo, onde Deus fez repousar sua glória (Ex. 25.8; 29.45,46; 40. 38 a 42). O Tabernáculo era o templo móvel. Cada vez que o povo se deslocava, desmontava o Tabernáculo e o levava consigo, assim, a presença de Deus estava no meio do povo. O Tabernáculo era apenas um símbolo da presença de Deus no meio do seu povo.

O Tabernáculo existiu até que o grande rei Davi, que desejou construir um Templo para Deus. Apesar de Deus não gostar muito da idéia, Ele aceitou, só que com uma restrição: quem iria construir uma casa para deus, não seria Davi, mas sim um dos seus descendentes. Aquele sim, construiria uma casa eterna para que Deus habitasse e através dela reina para todo o sempre (II Cr. 17. 11 a 14 )

Certamente que este descendente de Davi ao qual Deus se referia era o Messias, que pagaria a divida de todas as pessoas e edificaria uma casa eterna para Deus. Mas, mesmo assim, Davi levou adiante seu intento de construir um Templo e Deus providenciou para que fosse construído no reinado de seu filho Salomão. Então Salomão construiu o Templo, dedicou-o a Deus e Ele o abençoou prometendo ouvir as orações feitas naquele lugar (II Cr. 7. 1 a 16)

Mais ou menos mil anos depois do Templo de Salomão, que alias já havia sido destruído e reconstruído, Jesus Cristo, o Filho de Deus foi enviado ao mundo. A afirmação de Jesus: “Derrubai este santuário, em três dias e em três dias o levantarei”. Foi um escândalo (Jo. 2.9, 10). As pessoas não entendiam como um Templo construído em 46 anos poderia ser reconstruído em apenas três dias. A questão é que Jesus estava se referindo ao seu corpo, seu povo, a sua Igreja, a não a um Templo com pedras e cimento.

E assim aconteceu, Jesus morreu e em três dias ressuscitou, atraído para si, todos creram nEle.

Depois da sua ressurreição, Jesus apareceu várias vezes aos seus discípulos, e Ele deu a seguinte ordem: “fiquem em Jerusalém e esperem até que o Pai dê o que prometeu, conforme eu disse a vocês. Pois de fato João batizou com água mas dentro de pouco dias vocês serão batizados com Espírito Santo” (At. 1. 4, 5). E essa promessa de foto aconteceu no dia de Pentecostes.


Afirmando a Sanidade - Bispo Robinson Cavalcanti

Afirmando a Sanidade

O Pecado Original, a Queda dos primeiros pais, tornaram enferma a humanidade. A condição humana adquiriu a perecibilidade: adoece, envelhece e morre. A enfermidade tem uma dimensão física, mas, também, uma dimensão psíquica, moral e espiritual. Temos “defeitos de fabricação” em todas elas. Do ponto de vista emocional somos todos neuróticos, e alguns psicóticos.
Reconhecer que se é enfermo – disse alguém – é metade da cura. Os próximos passos seriam o diagnóstico correto e o terapeuta e a terapia adequada.
Jesus Cristo disse que não veio para os sãos, mas para os enfermos!
A narrativa dos evangelhos descreve que traziam a Jesus os endemoniados (possessos, doentes espirituais), os lunáticos (doentes mentais) e os aleijados (doentes físicos). E que a todos ele curava!
Daí se fala que “a Igreja é um grande hospital”, entre cujos pacientes se encontram os próprios terapeutas...
Quanto às enfermidades, não há Igreja neutra, mas podemos perceber a existência de três modelos:
1.     As Comunidades Terapêuticas: a acolhida, o amor, o perdão, o apoio, a solidariedade, o estímulo, a fraternidade, a partilha, concorrem para a cura dos males de várias naturezas, recuperando as pessoas, aproximando-as do modelo sadio do Jesus Cristo-Homem. Esse modelo seria aquele que estaria no coração de Deus;

2.     As Comunidades Patogênicas: o emocionalismo, o culto às personalidades, o legalismo, o moralismo, a manipulação concorrem para desencadear ou agravar patologias individuais dos fiéis, e do conjunto dos relacionamentos. Há estudos estatísticos sobre a presença de egressos dessas comunidades em consultórios e clínicas;

3.     As Comunidades Indiferentes: com uma religiosidade tradicional ou formal, restrita aos ritos e dogmas, sem maiores preocupações com essa dimensão.


Como toda a criação é una, ferramentas de várias disciplinas científicas podem (e devem) ser usadas, de forma interdisciplinar, com os clérigos, visando o bem-estar dos que integram a comunidade de fé, pois somos uma realidade psicossomático-espiritual, e tudo se relaciona com tudo.
Mas, cremos no milagre. Deus não é escravo das leis por Ele mesmo criadas. O maior milagre é a conversão, o novo nascimento, bem como o milagre da santificação, o que não deixa fora o aliviar ou a cura das enfermidades, embora não haja promessa de que todos e em tudo serão curados, nem que a igreja deve apelar para o curandeirismo ou o charlatanismo.
Uma tradição anglicana é o Culto da Bênção da Saúde, onde os ministros ungem os enfermos com óleo abençoado pelo Bispo no Culto da Quinta-feira Santa.
Que nesse Tempo de Quaresma nos penitenciemos por termos concorrido para a enfermidade ou nos omitido da cura, em arrependimento quando temos sido mais comunidades indiferentes ou patogênicas do que comunidades terapêuticas.
Salvação, Santidade e Sanidade são inseparáveis.
 “Deus Todo-poderoso, Tu és a torre forte em quem depositamos a nossa confiança: possam os enfermos que estão sofrendo encontrar descanso em ti; que saibam e sintam que não há nenhum nome debaixo do céu a quem possam recorrer para receber saúde, senão no nome de Cristo, nosso Senhor. Amém” (Livro de Oração Comum Brasileiro – LOCb).
Recife (PE), 09 de março de 2010,
Anno Domini.
+Dom Robinson Cavalcanti, ose
Bispo Diocesano

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A MISSÃO ANGLICANA COMUNIDADE DA PAZ PARABENIZA A INICIATIVA E DECISÃO DA INSTITUIÇÃO DO INSTINTUTO ROBINSON CAVALCANTI.


 
“Um povo sem historia é um povo sem identidade” 
 (Dom Robinson Cavalcanti)

A Missão Anglicana Comunidade da Paz parabeniza a Diocese do Recife, pela Instituição do Instituto Robinson Cavalcanti, esta é sem duvida uma grande homenagem ao nosso querido bispo, ele sempre defendeu a historia como identidade. Por isso é de suma importancia reconhecermos a história de dom Robinson e de sua esposa irmã mirian, casal viveram o evangelho e a causa do Senhor como prioridade. Como lemos no Evangelho de São Mateus. Buscando o Reino de Deus e a sua justiça.
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Mateus 6:33
Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Mateus 6:33
A Missão Anglicana Comunidade da Paz como parte integrante da Diocese do Recife, se solidariza com esta tão grande e honrosa iniciativa, é preciso que cada um de nós não deixe que se apague nenhuma das chamas acesas por dom Robinson, no nosso entendimento o Instituto será uma grande tocha onde cada um de nós vai acender nossas lamparinas e iluminar caminhos.
Dia 21 de junho dia em que comemoramos o aniversario de dom Robinson, muitos de nós iríamos a sua residência para participarmos do Arraia do Robinho, falando em arraial é uma palavra que tem varias definições e dentre elas significa pequeno povoado, aldeia, etc.
Aldeia nos lembra índios, e segundo a espiritualidade indígena quando um cacique é morto ele é enterrado em pé, isto significa que um líder não enterrado e sim plantado para que possam surgir novos lideres.
É com essa espiritualidade da semente, que esperamos do Instituto Robinson Cavalcanti. Que ao chegamos nele possamos ser tomado por seus ideais de Cristianismo Ortodoxo, pelo desejo de alargamos nossas tendas por meio do evangelismo e que em cada canto deste país tenhamos uma comunidade anglicana vivendo a Missão Integral da Igreja.

Paulista, 20 de junho de 2012.


Rev. Daniel Barbosa, ose

quarta-feira, 13 de junho de 2012

MANEIRA DE SER DOS ANGLICANOS.


 
James C. Fenhagen - Deão do Seminário Geral de Nova York 

O autor de novelas americano Walker Percy põe na boca de um de seus personagens da novela a SEGUNDA VINDA o seguinte comentário sobre a situação religiosa na cultura contemporânea de seu país:

"Mário é um episcopal conservador que não quer mudanças na igreja. Leshe e Jason são cristãos batizados pelo Espírito Santo e não dão importância alguma tanto à liturgia como aos sacramentos, a não ser que levem a um encontro pessoal com Jesus Cristo. Ed e Marge são da Califórnia e estão sempre prontos a abraçar a primeira moda que aparecer. Jack, o ministro, não se interessa muito pelo sacerdócio feminino ou pela nova liturgia, mas está sempre presente nas reuniões ecumênicas do Oriente Médio e da América Latina. Além disso, as suas roupas prediletas são o tênis e o abrigo esportivo. Kitty acredita na astrologia e no horóscopo. Yamatuchi é Testemunha de Jeová e acredita que é um dos 144.000 que vão sobreviver ao Armagedom final. A esposa de Yamatuchi é espírita e acredita na reencarnação. Será essa época uma época de crenças, de um renascimento de fé após um período de materialismo de massa, de ateísmo, agnosticismo, liberalismo? Ou é uma época de loucura em que todos crêem em tudo? O que é que é verdadeiro?”

Este comentário sobre a confusão que existe entre as religiões na América fortalece em mim a convicção daquilo que está no centro do modo como a Igreja Episcopal tem compreendido a fé cristã. De fato, há uma diferença entre como você entende a fé cristã e como a tradição a conserva.
 
Em nosso mundo pluralista, procuramos omitir as diferenças denominacionais devido ao nosso desejo, compreensível, de nos mostrarmos caridosos para com o próximo e também abertos a manifestações de fé diferentes da nossa. Eu compartilho desse espírito, mas me preocupa o fato de que este desejo de nos mostrarmos abertos aos outros pode nos afastar daquilo que a nossa tradição considera verdadeiro. Devo comprometer-me com uma visão ecumênica da Igreja, mas não a ponto de negar aqueles aspectos da minha própria tradição que, creio, devem ser testemunhados com convicção como parte de qualquer diálogo.

Resumindo, creio que há, de fato, um modo anglicano de ser que tem muito a contribuir para toda a igreja e que devemos testemunhar com convicção. Há três elementos nesta tradição que eu gostaria de mencionar aqui. Faço isso, sabendo que alguns desses elementos nós compartilhamos com outras denominações, mas que no anglicanismo têm uma forma peculiar de se manifestar.

COMPREENSIVIDADE. Em primeiro lugar, desde o tempo de nossa reforma no século XVI, a Comunhão Anglicana tem se comprometido com uma postura de compreensão e não de uniformidade doutrinária. Isso envolve a capacidade de manter reunidas pessoas que têm posições aparentemente opostas. É uma posição que permite um debate teológico consistente, mas que outros acham difícil de entender. Uma padre católico romano certa vez me perguntou: “Onde encontro escrito claramente o que vocês anglicanos acreditam?” minha resposta foi: “Na Bíblia, nos Credos e no modo em que adoramos. Está tudo lá, mas só pode ser compreendido na maneira de viver, na caminhada”. E eu acredito nisso até hoje. William Wolfe que ensina teologia no Seminário Teológico de Cambridge, Massachusetts, fala da tradição anglicana como sendo um diálogo orientado litúrgica e pastoralmente para quatro sócios: católicos, evangélicos, advogados da razão e da experiência. E a palavra “sócio”, diz ele, é escolhida de maneira deliberada para enfatizar a necessidade de cada aspecto de nossa tradição permanecer cooperando com outras.

Este tipo de compreensividade produz um modo de entendimento de fé cristã. Significa que levamos a sério a necessidade de uma investigação crítica e intelectual em resposta a uma verdade apresentada, venha de onde ela vier. Uma das maiores ameaças para que a fé que encontramos no mundo de hoje é o anti-intelectualismo dogmático, que se esconde atrás de um aparente fervor religioso. Há uma diferença entre convicção e dogmatismo. A diferença é a fé. Jesus não oferece certeza absoluta. Ele nos oferece um relacionamento de incrível intimidade e poder.

A Igreja nos oferece uma tradição e o mundo nos oferece mudanças. Fé envolve viver a tensão entre três pólos: uma relação pessoal com Jesus Cristro, a tradição da Igreja e as mudanças que refletem o andamento do mundo, ao mesmo tempo em que permanecemos disponíveis ao surpreendente e ao mistério de tudo quanto não conhecemos e alertas ao movimento de Deus naquilo que é novo. Se nosso relacionamento com nosso Senhor Jesus Cristo é sério, não precisamos temer as difíceis questões que o mundo nos apresenta. Não precisamos temes incertezas ou novas idéias ou mesmo dúvidas, porque Jesus Cristo é nossa esperança e nossa promessa, ontem, hoje e amanhã. Nossa igreja tem lutado denodadamente para manter essa posição de compreensividade durante séculos. Não é fácil nem sem certo sofrimento, mas dou graças a Deus por aquilo que Ele nos tem possibilitado testemunhar.

SANTIDADE PESSOAL. No segundo lugar, como anglicanos, oferecemos ao mundo uma tradição espiritual que considera a santidade pessoal como algo que surge do inter-relacionamento entre participação litúrgica, solidão e compaixão. Todos esses três elementos são necessários e interdependentes. É uma tradição espiritual que entrelaça um interesse por liberdade pessoal com ênfase na beleza, na alegria e no temor, uma tradição enriquecida por Juliano de Norwich, George Herbert, Lancelot Andrewes, Jeremy Taylor e Evelyn Hunderhill.
 
Nosso maior tesouro espiritual é o LOC, revisado muitas vezes desde a sua criação, e no entanto, contém até hoje uma caminhada feita por muitos elementos e formada pela experiência de milhões de pessoas.

Ser uma igreja litúrgica, entretanto, envolve mais do que ter um livro. É uma maneira de louvar que é essencialmente dialogal, onde cada pessoa tem um lugar e uma parte ativa. Nós nos reunimos para adorar não só para nosso próprio proveito, mas também em favor daqueles que nunca oram ou que nunca passaram pela porta de uma igreja. Esse senso de ser um igreja intercessora a favor dos outros está profundamente enraizado em nossa tradição e é mostrado na nossa compreensão da Santa Eucaristia, onde compartilhamos do auto-oferecimento de Cristo em favor do mundo. Esta compreensão de adoração não depende de famosas celebridades ou pregadores carismáticos, mas do trabalho do povo, onde clérigos e leigos realizam a sua parte e fazem jus ao seu ministério.

Um dos fenômenos de nosso tempo tem sido o surgimento do interesse pelas religiões orientais e o lugar da solidão na vida humana.
Os jovens abandonaram nossas igrejas porque não encontram aquilo que sentem ser tão profundamente necessário.
Para os anglicanos o restabelecimento de nossa tradição envolve também a restauração de nossas raízes espirituais, raízes nutridas pela liturgia, mas aprofundadas e expandidas pela solidão. É somente desse modo que nos tornaremos pessoas mais compreensivas e mais preocupadas com as necessidades do povo.

Thomas Merton certa vez observou que a forma de violência mais perversa do mundo contemporâneo é o ativismo e o excessivo trabalho. Segundo o conhecido monge trapista, “a correria e as pressões da vida moderna são uma forma, talvez e a mais comum, de violência da vida. Permitir-se ser envolvido por uma multidão de interesses conflitantes, render-se a pedidos demasiados, comprometer-se com projetos gigantescos, querer ajudar a todos em tudo é sucumbir à violência. Mais do que isso, é cooperar com a violência.

A agitação do ativista neutraliza seu trabalho pela paz. Destrói sua capacidade íntima de paz. Destrói os frutos de seu próprio trabalho, porque mata a raiz da sabedoria interna que faz o trabalho ser frutífero”.

Estas palavra proferidas por um monge trapista, que por sua vez estava citando um “quaker”, refletem uma linha de pensamento profundamente ligada à nossa tradição. É uma tradição de liturgia, de solidão e de compaixão que fala para uma fome profunda em nosso mundo, uma fome que vemos em nós também.

SANTA MUNDANIDADE. Finalmente, gostaria de considerar importante um aspecto da tradição anglicana que pode ser descrito como “santa mundanidade”. É uma afirmação de vida, em vez de uma negação do prazer. Chama as pessoas para a fé não por medo ou culpa, mas a partir de uma visão de Deus que provoca uma resposta em vez de exigi-la. É um modo de vida modelado pelas palavras do primeiro libro da Bíblia: “E Deus criou o mundo e viu que era bom”. Isso não quer dizer que não levamos a sério o pecado humano, mas que a nossa ênfase está naquilo que a nossa redenção em Cristo torna possível.
 
Somos uma igreja sacramental que vê a presença do amor de Deus nas coisas mais mundanas. Nossa tradição considera a perfeição, sexualidade e o prazer humano não como um fim em si mesmos, mas como reflexos do amor de Deus. É por isso que quando desvirtuamos ou empregamos mal as coisas que Deus nos dá as conseqüências são tão sérias.

Estamos rodeados no mundo por forças que procuram nos motivar, jogando as nossas culpas, os nossos temores, a nossa compreensível frustração e preocupação com aquilo que ocorre ao nosso redor. Há dias em que gostaríamos de gritar bem alto: “Mundo, pare, eu quero descer. Esse trem não me serve”. Há dias em que parece que somente as respostas simples ou os inimigos claramente definidos satisfazem a agitação que sentimos. Mas, entregar-se a esses sentimentos é negar uma coisa que é fundamental em nosso batismo.

Somos filhos da promessa. Mesmo no meio da morte podemos proclamar a esperança. Somos parte de uma tradição que afirma que a vida é mais rica quando vivida em favor dos outros. É uma tradição que se recusa a viver por medo ou coerção, não importa quão nobre seja a finalidade; e escolhe viver em liberdade e em amor em resposta ao que Deus nos tem dado. Isso é santa mundanidade.

Henri Nouwen conta uma história comovente que ilustra o que isso significa: “Era uma vez um velho que costumava meditar bem cedo, todas as manhãs, debaixo de uma grande árvore na margem do rio Ganges, na Índia. Uma manhã ele viu um escorpião boiando indefeso na correnteza do rio. De repente, o escorpião foi levado pela correnteza para perto da árvore e ficou preso entre as raízes que se estendiam para dentro do rio. Lutava desesperadamente para se libertar, mais cada vez mais se enrolava. Quando o velho viu isso, imediatamente estirou-se ao longo das raízes e procurou salvar o escorpião que se afogava. O animal virou-se e o mordeu. Instintivamente, o homem retirou a sua mão. Mas tendo retomado o equilíbrio, mas uma vez esticou-se para salvar o agonizante escorpião, e cada vez que o velho chegava perto, o escorpião o mordia tão furiosamente que as mãos do velho ficaram inchadas e ensangüentadas, e sua face se contorcia de dor. Naquele momento, alguém que passava, vendo o velho estirado sobre as raízes, lutando com o escorpião gritou: “Oh! Velho idiota, estás louco? Somente um louco arriscaria a sua vida para salvar esse animal mal-agradecido!” Vagarosamente o velho virou sua cabeça e olhando calmamente bem nos olhos do estranho, disse: “ Amigo, porque é da natureza do escorpião morder, devo eu abandonar a minha própria que é a de salvar?”
 
Bem, essa é a questão. Por que devemos abandonar a nossa natureza de ser compassivos, de pessoas que lutam pela vida, mesmo quando somos feridos por um mundo ferino? Devemos nos entregar para um fundamentalismo bíblico e um falso moralismo porque alguém nos diz que é isso que faz a igreja crescer? Por que deveríamos deixar de ser povo, que sempre está pronto a se dar a si mesmo em favor dos outros, só porque o mundo nos diz: “protejam-se e retirem-se, porque vocês vão se machucar?”
 
Como membros da Igreja Episcopal Anglicana, pertencemos a uma família universal que compartilha de uma herança comum. Em nosso básico compromisso com Jesus Cristo somos iguais a todos os cristãos, mas em nossa caminhada: uma tradição de compreensividade, uma santidade pessoal forjada por uma liturgia comum e um espírito que sempre afirma a vida. Os episcopais anglicanos compartilham de outros tesouros também, mas estes falam com graça e poder para um mundo dividido e amedrontado.



Traduzido pelo Rev. Carlos Getúlio Hallberg - Reitor do SETEK – Porto Alegre - RS

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Sinais de uma Igreja-Diocese em Franco Processo de Amadurecimento.

Rev. Ivaldo Sales (¬)
“É meu dever legar ao meu sucessor e à posteridade uma
Diocese Anglicana neste território”
(+Dom Robinson Cavalcanti, ose – Bispo da Diocese do Recife)
A Igreja é um projeto de Deus. Seu fundador é o próprio Jesus Cristo: “Eu edificarei a minha igreja”, disse Ele. A Igreja não tem dono; Seu único chefe é o próprio Jesus – o Cabeça (Ef 1.22; 5:23; Cl 1:18), porém designou um grupo de doze apóstolos para cuidar dela. Estes, por sua vez, constituíram bispos para darem continuidade à tarefa a eles confiada (por isso, no contexto do Novo Testamento, a Igreja que ficou sob os cuidados dos apóstolos tem uma eclesiologia episcopal – At 20:28; Fp 1:1; 1Tm 3:1; Tt 1;7).
Mais tarde, os apóstolos deveriam constituir bispos porque estavam prestes a deixar esse mundo e irem juntar-se com o Senhor da Igreja. Os bispos, então, são os sucessores dos apóstolos do Novo Testamento. Sendo assim, ela é uma instituição divina e humana ao mesmo tempo.
Na sua dimensão humana, ela é visível e católica, consta de pessoas vindas de todas as tribos, línguas, povos e nações que professam sua fé no Nome daquEle que está acima de todos os nomes: Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. A esta dimensão de Igreja, o Senhor Jesus Cristo deu o ministério dos oráculos e dos sacramentos para o amadurecimento dos santos assistidos pelo poder do Espírito Santo (At 1.8), até que Ele venha em glória (Segundo Advento).
Na sua dimensão divina, ainda que a dimensão humana esteja sujeita a erros e à degeneração, conforme reconheceu o reformador Martinho Lutero, ela sempre será uma Igreja Católica, Una, Santa e Apostólica, poderosa na terra, para adorar a Deus por toda a eternidade.
Segundo a Confissão de Fé de Westminster: “A Igreja Católica, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu Cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas”.
A Diocese do Recife, em franco processo de amadurecimento, tem como uma de suas funções prioritárias, promover a cura substancial nas relações interpessoais que foram afetadas pela Queda (Gn 3), com base na obra consumada e completa de Jesus Cristo no espaço, no tempo e na história, há mais de 2.000 anos, numa cruz do monte Calvário.
Quando nossos primeiros pais pecaram, esta Queda desencadeou primeiramente um conflito de ordem espiritual ou teológico (entre Deus e o homem: “Quando ouviram a voz do Senhor... esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher” (Gn 3:8). A tendência que os homens e as mulheres têm de fugir da presença de Deus é um reflexo da Queda (por isso, é nosso dever evangelizar, anunciar o evangelho da reconciliação). Outra tendência é a de responsabilizar Deus pelos problemas que existem no mundo (precisamos investir mais na formação de Escolas Dominicais, IATs e SATs, na formação apologética para dar respostas honestas a questionamentos sinceros; estarmos aptos para explicar a razão de nossa fé). No texto bíblico, fica claro que Adão acusou Deus de ter tido à ideia de criar a mulher: “a mulher que tu me deste como companheira” – Gn 3:12).
Em seguida, o conflito de ordem emocional ou psicológica: “ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi”, ficou perturbado, entrou em crise consigo mesmo (Gn 3:10). O crescimento das doenças psicossomáticas de nossa época que os psicólogos, os psicanalistas e psiquiatras têm se empenhado para estudar, compreender e combater tem suas raízes também nesta Queda. Neste sentido, recomendo o velho livro do Rev. Richard Baxter, “Superando a tristeza e a depressão com fé”, cujo conteúdo é antes da criação da psicologia moderna.
A crise de ordem sociológica, política e econômica vem logo em seguida: – a “mulher”, “ela me deu” (Gn 3:12) – a tendência de culpar sempre a outra pessoa, o próximo. Daí as guerras, a dedicação para entender as relações internacionais, a diplomacia e as missões de paz entre nações, além do esforço das forças armadas e da polícia para evitar a guerra e o derramamento de sangue entre os irmãos, as lutas de classe e a desigualdade social e manter a paz. A leitura dos cientistas políticos, cristãos, evangelicais e também anglicanos Robinson Cavalcanti e Paul Freston, são fundamentais para compreender estes aspectos e saber fazer leitura de conjunturas tanto no contexto em que vivemos como em níveis mais amplos.
E, finalmente, a crise de ordem ecológica ou ambiental. A terra sofre uma deformação, “maldita é a terra por causa de tua decisão; em fatigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo” (Gn 3:18). O surgimento das ervas daninhas, dos espinhos, das plantas venenosas bem como as mudanças climáticas, a morte dos manguezais, e destruição do meio ambiente, a poluição dos rios e derrubada das florestas, a extinção das espécies, as queimadas e toda a agressão da natureza sofrida pela ação do próprio homem, tem sua matriz última na Queda narrada no texto bíblico.
É muito importante que compreendamos que o dilema da raça humana, é, antes de tudo, um dilema moral. Nosso problema básico é o pecado, como nos lembra Francis Schaeffer, “uma culpa mora real (não apenas o sentimento de culpa), e um pecado moral real, porque pecamos contra um Deus que é real, e que é santo”.
Preciso ter pelo menos duas atitudes certas, diante do meu dilema: reconhecer e confessar o meu pecado objetivamente (1Jo 2:9) e arrepender-me e restituir a quem pequei, com base no caráter daquEle que me criou segundo à Sua própria imagem e semelhança. Não apenas para sentir um alívio psicológico, mas porque a restauração passa por estas atitudes.
A preocupação em defender e proteger a vida e a integridade da criação é uma das marcas vitais desta Igreja que se encontra em franco processo de amadurecimento. Como cristão evangelical e anglicano, me alegro de ter encontrado nesta parcela da Igreja de Cristo, um lugar de cura em todas as dimensões: físicas, espirituais, psicológicas e, até mesmo, ambientais, com base somente na graça de Cristo, em sua obra consumada, no tempo e no espaço, quando Ele foi à cruz por mim, morreu por mim, ressuscitou por mim e voltará segunda vez, por mim.
A construção de uma Diocese Anglicana e seu amadurecimento, sem dúvida alguma, passa pelas dimensões, de vida e de presença na história deste país.
É claro que há falhas neste processo de uma Diocese Anglicana a serem evitadas e corrigidas. Daí a importância dos Sínodos e Retiros, das ações desenvolvidas pelos secretariados em suas diversas temáticas. Mas, ainda assim, é uma construção bastante relevante no processo de amadurecimento em território brasileiro.
Que Deus, em Sua bondade, nos ilumine e encoraje a crescer não apenas em quantidade, mas igualmente em qualidade dentro de uma multidimensão de vida e de presença na sociedade em que vivemos. Para a glória do Seu Nome e pela dignidade do Seu Evangelho.


¬ Rev. Ivaldo Sales da Silva é Presbítero na Diocese do Recife; Assessor Diocesano para Defesa da Vida e da Criação; e membro da Ordem de Santo Estevão (OSE).
Contato: pastor.aids@yahoo.com.br

MISSÃO ANGLICANA COMUNIDADE DA PAZ


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mutirão Mundial de Oração



O Mutirão Mundial de Oração (MMO) é a união de cristãos em todo o mundo para orar por crianças e adolescentes em vulnerabilidade social. Por iniciativa da Viva (www.viva.org), ele acontece há 16 anos em mais de cem países. Desde 2003, ele é também promovido no Brasil pela Rede Mãos Dadas. Em 2010, o Mutirão envolveu mais de 30 mil pessoas. O MMO integra a Campanha Latino-americana pelos Bons Tratos da Criança (www.maosdadas.org/bonstratos) e este ano também está apoiando a Campanha de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo.

No próximo domingo dia 13/05 às 9h, a MISSÃO ANGLICANA COMUNIDADE DA PAZ estará realizando uma programação, estaremos orando pelas crianças e adolescentes que se encontra em vulnerabilidade social.

Convidamos você e sua família para juntos intercedermos  por estas crianças e adolescentes. 


terça-feira, 13 de março de 2012

BRIGADA AMBIENTAL

A Missão Anglicana Comunidade da Paz croiu uma ONG Ambiental a qual será denominada de: BRIGADA DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL DOM ROBINSON CAVALCANTI.

A IMPORTANCIA DA BRIGADA AMBIENTAL

A importância da Brigada Ambiental é em contribuir na orientação de educação ambiental na comunidade onde ela esta inserida. Na perspectiva de construir a consciência ambiental dos moradores da comunidade.

A importância da preservação do meio ambiente é sem duvida uma discussão muito antiga, é uma reflexão da ação humana na natureza.

É importante também aprender a ter o devido cuidado para com a natureza como: Não desmatamento, o cuidado com a Fauna e Flora, reciclagem dos lixos, o não desperdícios de águas, etc.

Nas ultimas décadas temos percebido que a degradação ambiental e a queda na qualidade de vida têm crescido assustadoramente.

DEUS nos colocou para que cuidássemos de tudo quanto Ele criou. A Adão lhe foi dado tal responsabilidade de cuidar e dar nomes a todas as criaturas. Deus nos colocou aqui com uma grande missão: Ele nos chamou para sermos Mordomos da natureza.

JUSTIFICATIVA:

O QUE FAZER. Então, a questão ecológica nos remete a uma ampla questão, que é a de ver o ser humano como um todo (um ser integral). Não vivemos separados da natureza, mas sim, conectados, interligados com a natureza. Somos natureza e devemos ser, por natureza, ecológicos.

Quando Deus nos manda cultivar, cuidar está claro que implicitamente devemos criar. Este criar para o qual Deus nos chama vai muito mais além do que imaginamos; é o de criar relações políticas, econômicas, sociais e culturais.

PORQUE FAZER. Nos últimos tempos temos percebido claramente o avançar da degradação ambiental. Em alguns lugares, existem vários elementos da natureza em extinção, em decadência, em desarmonia, como lemos em Romanos 8.21: “... a própria natureza criada será libertada escravidão da decadência em que se encontra”. Neste texto, o apóstolo São Paulo mostra que nosso envolvimento como cristão deve ser o de ter um modo de vida diferenciado, onde nosso lema deve ser o de: guardar, cuidar, cultivar o Jardim.

Como nosso saudoso bispo Dom Robinson sempre demostrou preocupação com a Missão Integral da Igreja, entendemos que nossa brigada deverá ser assim denominada. BRIGADA DE CONSCIENCIA AMBIENTAL DOM ROBINSON CAVALCANTI.

A BRIGADA: Desenvolverá trabalhos na comunidade, oficinas de reciclagens, palestra ambiental e outras ações que visem o cuidado com a natureza.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

ESTAMOS EM LUTO

É com profunda tristeza e pesar nós anunciamos que faleceu nesta madrugada nosso querido bispo e pai em Deus, Dom. Robinson Cavalcanti. Ele foi assassinado nesta noite junto com sua esposa nossa querida irmã, Miriam Cavalcanti, o fota aconteceu em sua residência.

Maiores detalhes informaremos depois.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quaresma 2012

Hoje sua 22 de fevereiro, quarta feira de cinzas estamos vivendo um tempo especial na nossa Igreja, na nossa vida, no calendário cristão iniciarmos o Período Quaresmal de 2012,

Nós cristãos celebramos todo ano a festa da Páscoa: a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Daí Quaresma, período de quarenta dias, que vai da quarta-feira de cinzas até a quinta-feira santa pela manhã. Este é um período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Portanto, Estamos vivendo um tempo especial na nossa Igreja, na nossa vida.

Este é um período no qual devemos está sempre pedindo perdão e nos arrependo de nossos pecados, seja ele contra Deus, contra nosso próximo, e contra nós mesmo. Mas também pecamos por omissão e devemos pedir perdão deles, certa vez falou o Ver Martin Luther King “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.”

E nesta quaresma, mais uma vez temos que lembrar que não somos melhores do que ninguém; temos que pedir perdão pelos nossos erros e esperar que, como Jesus ressuscitou no domingo de Páscoa, também nós possamos renascer para uma nova vida de fidelidade àquele que tanto sofreu por nós.

Portanto, irmãos e irmãs, desejamos que você viva bem a sua Quaresma pedimos que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, lhe conduza nestes próximos 40 dias a uma autêntica experiência de conversão, como nos exorta o apóstolo São Tiago: “Lavai as mãos, pecadores, e purificai os vossos corações…”

Missão Anglicana Comunidade da Paz
Rev Daniel Barbosa, OSE
Ministro Encarregado

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Reciclagens de Pneus usados:úteis para a economia e meio ambiente.

Inservíveis para o transporte,
úteis para a economia e meio ambiente

Asfalto ecológico e tapetes são apenas dois entre muitos
produtos que resultam da reciclagem de pneus

Você certamente já deve ter ouvido a frase “na natureza nada se perde, tudo se transforma”. Esta máxima se aplica de forma ainda mais interessante quando falamos de pneus. Mesmo depois de milhares de quilômetros rodados, eles não se tornam completamente descartáveis. A partir dos processos de reciclagem, as carcaças de pneus velhos transformam-se para a produção de novos produtos (veja quadro abaixo).

Por meio do Programa de Coleta e Destinação de Pneus inservíveis realizado pela ANIP (Associação Nacional da indústria de Pneumáticos), grande parte destes componentes são encaminhados para os Ecopontos. Espalhados por todo o País, os Ecopontos são estabelecimentos cobertos e limpos onde se armazenam os produtos descartados que, posteriormente, serão triturados e/ou enviados inteiros para as empresas de reciclagem.


Transformação

No Brasil, existem diversos locais que transformam os pneus em matéria-prima para ser utilizada em diferentes aplicações. No entanto, apenas 30 deles possuem parceria com a ANIP e são homologados pelo Ibama (instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos recursos Naturais renováveis).

Os produtos resultantes da reciclagem de pneus são variados e atendem a diversas aplicações e mercados. A durabilidade, estanqueidade e maciez da borracha faz com que seu reaproveitamento seja visto como atividade economicamente atrativa, e com isso o número de novos produtos nascidos da reciclagem de pneus segue crescendo. Hoje já existem encanamentos de córregos e combustíveis fabricados com base nesta técnica.

O material resultante do reaproveitamento dos pneus pode ser encontrado ainda em solados de sapatos, tapetes de automóveis e em meio aos componentes usados na produção do “asfalto ecológico”, assim chamado por contribuir para a preservação do meio ambiente.

Antes de confeccionar as novas peças, é preciso separar a borracha dos metais – estes são repassados às empresas de reciclagem de metais. O material restante é então cortado em lascas e peneirado, moído e submetido a procedimentos de desvulcanização.

Cada empresa de reciclagem faz a trituração de modo diferente, de acordo com seus processos produtivos. Em alguns casos os pneus são transformados em grãos maiores, em outros dão origem a grãos menores ou pós.

Referência nacional no segmento de reciclagem de pneus, a CBl Comércio e reciclagem de Borracha reprocessa o produto para três utilizações: combustível, componente para asfalto ecólogico e laminação (tapetes de autómoveis, solados e outros). Segundo Amauri Marchi Junior, diretor de produção da CBl, grande parte dos pneus processados é empregada na produção de combustível para cimenteiras. “Das 200 toneladas movimentadas por dia pela CBl, 75% são direcionadas a esta finalidade”, afirma.


Piso do futuro

Um dos itens que vem ganhando destaque no mercado é o asfalto ecológico. “Este tipo de pavimento oferece características mecânicas bem melhores que o tradicional”, explica Álvaro Greenhalgh, gerente da
reciclanip. “Ele apresenta maior grau de impermeabilidade e sua manutenção é mais econômica”, observa. Um estudo do instituto de Pesquisas Tecnológicas da Universidade de São Paulo (USP) revelou que já existem investimentos para a utilização deste tipo de asfalto nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Outro exemplo de sucesso na aplicação da borracha oriunda do pneu pode ser observado na Fábrica de Piso Sintético para Pistas de Atletismo Ministro Agnelo Queiróz, de Feira de Santana (BA). A fábrica produz pisos de borracha que equipam quadras poliesportivas e pistas de atletismo em ginásios e escolas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Missão da Paz realiza mais uma Cerimonia de Batismo



Ontem de 05/02/2012, a Missão Anglicana comunidade da Paz realizou mais uma linda Cerimonia de Batismo da pequena Yasmim Kelle, filha do casal. Ibson Barbosa da Silva e Elaine Cristina Rangel da Silva.

O culto foi dirigido Ministro Local Luciano Vasconcelos, o sermão e o batismo celebrado pelo Rev Daniel Barbosa.

A Santa Eucaristia Celebrada pelo Rev Ivaldo Sales, os acólitos, Mario Jr. e Rebeca Arruda distribuiu os elementos com a Congregação.

Ao casal Ibson e Elaine, desejamos muitas benção e que Deus esteja sempre com eles o ajudando e fortalecendo na criação de sua linda filha Yasmim.



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

BRIGADA DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL CHICO MENDES.



A Missão Anglicana Comunidade da Paz está organizando a BRIGADA DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL CHICO MENDES.

A IMPORTANCIA DA BRIGADA AMBIENTAL

A importância da Brigada Ambiental é em contribuir na orientação de educação ambiental na comunidade onde ela esta inserida. Na perspectiva de construir a consciência ambiental dos moradores da comunidade.

A importância da preservação do meio ambiente é sem duvida uma discussão muito antiga, é uma reflexão da ação humana na natureza.

É importante também aprender a ter o devido cuidado para com a natureza como: Não desmatamento, o cuidado com a Fauna e Flora, reciclagem dos lixos, o não desperdícios de águas, etc.

Nas ultimas décadas temos percebido que a degradação ambiental e a queda na qualidade de vida têm crescido assustadoramente.

DEUS nos colocou para que cuidássemos de tudo quanto Ele criou. A Adão lhe foi dado tal responsabilidade de cuidar e dar nomes a todas as criaturas. Deus nos colocou aqui com uma grande missão: Ele nos chamou para sermos Mordomos da natureza.


JUSTIFICATIVA:

O QUE FAZER. Então, a questão ecológica nos remete a uma ampla questão, que é a de ver o ser humano como um todo (um ser integral). Não vivemos separados da natureza, mas sim, conectados, interligados com a natureza. Somos natureza e devemos ser, por natureza, ecológicos.

Quando Deus nos manda cultivar, cuidar está claro que implicitamente devemos criar. Este criar para o qual Deus nos chama vai muito mais além do que imaginamos; é o de criar relações políticas, econômicas, sociais e culturais.

PORQUE FAZER. Nos últimos tempos temos percebido claramente o avançar da degradação ambiental. Em alguns lugares, existem vários elementos da natureza em extinção, em decadência, em desarmonia, como lemos em Romanos 8.21: “... a própria natureza criada será libertada escravidão da decadência em que se encontra”. Neste texto, o apóstolo São Paulo mostra que nosso envolvimento como cristão deve ser o de ter um modo de vida diferenciado, onde nosso lema deve ser o de: guardar, cuidar, cultivar o Jardim.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cuba Volta a Permitir Cultos Cristãos em Locais Públicos


Mais de 2000 pessoas participaram de uma festa cristã em uma praça pública em Cuba na semana passada. Desde o final de 2011, a igreja cristã residente na ilha tem testemunhado momentos importantes. Isso seria impensável alguns anos atrás, especialmente quando Fidel Castro ainda estava no poder. Nos últimos meses, Cuba tem feito algumas concessões e se abrindo economicamente para o restante do mundo. Parece que a visita do Papa, programada para daqui a alguns meses, mexeu com a questão religiosa também. Comunista, o regime cubano ensinava o ateísmo e embora a ilha tenha muitas igrejas, os evangélicos eram perseguidos. Proibidos de fazer cultos públicos, a igreja cresceu de maneira subterrânea. Mas não sem testemunhar a prisão e morte de muitos pastores e líderes durante décadas de repressão.


O jornalista cubano Oscander Rodriguez diz que muitos veem esta abertura de agora como uma resposta às orações de muitos anos. “Isso aconteceu primeiro em 2011, em várias províncias. As igrejas se uniram em adoração, em um momento de celebração em praças públicas, onde puderam ajudar todas as pessoas que quiseram. Passaram a ser capaz de reunir livremente os membros de igrejas em lugares onde havia pregação, adoração e também um chamado ao arrependimento”. Rodriguez diz que esta abertura depois de tantos anos de proibições permite a ligação e o fortalecimento da igreja evangélica em Cuba. “Como Igreja estamos muito pertos uns dos outros. Isso é possível perceber em cada uma dessas reuniões. A igreja evangélica não são estas paredes… Hoje nós podemos falar de uma igreja evangélica fortalecida”. Os cristãos esperam que este ano o governo continue a se abrir para o restante do mundo e eles possam pregar o evangelho sem restrições. “Para 2012 temos muitas expectativas, estamos na época da colheita do evangelho. É um reavivamento que começou nas últimas décadas do século passado. Ainda estamos colhendo e esperando para ver o que Deus pode fazer. Sabemos que para Deus nada é impossível”, conclui Rodriguez. Estima-se que entre a população de 11 milhões de pessoas em Cuba, um milhão sejam cristãos.


Fonte: Traduzido e adaptado de CBN

http://www.dar.org.br/noticias/1-ultimas/3145-cuba-volta-a-permitir-cultos-cristaos-em-locais-publicos.html