Não houve nenhum esforço missionário formal, nem
das Igrejas do Oriente, nem das Igrejas do Ocidente, para evangelizar as Ilhas
Britânicas. Ela foi o resultado do esforço dos leigos. Soldados, funcionários
civis e comerciantes cristãos romanos levaram o Evangelho aqueles ilhas. Também,
no ano 70 d.C., dentre os escravos perseguidos nas Gálias(França) que fugiram
para o litoral inglês, estavam grupos de
cristãos. Uma tadição atribui a presença de José de Arimateia, no
primeiro século. Há sítios arqueológico desse período, como uma Capela em Kent,
uma Igreja em Silchester e a presença, em vários lugares de símbolos cristãos,
como o XP. Tertuliano afirma a existência da comunidade cristã Britânica no ano
200. Três bispos ingleses estiveram presentes ao Concília de Arles, no sul da
França, em 314. Não se sabe se estivera no Concílio de Niceia(325), mas
Atanásio informa que a Igreja inglesa se submeteu às sua deliberações.
A realidade é que o povo Celta se converteu ao
Cristianismo, e teve o s eu primeiro mártir na pessoa de Santo Albano,
sacerdote morto durante a perseguição do imperador Diocleciano (305). A Irlanda
foi marcada pelo ministério de Patrício e Paládio, a Escócia pelo ministério de
Ninian e Columba, e Gales pelo ministério
de Davi.
A Igreja Celta tinha um forte acento místico e
missionário, sendo influenciado pela contemplação da Igreja Oriental, inclusive
pela adoração da sua versão do Credo. Essa contemplação litúrgica, esse sentir
da fé, essa valorização da natureza, diferenciava da versão juídica, filosófica
e institucional da Cristandade euro-ocidental sob Roma. Sua unidade básica era
o mosteiro, com uma área de influencia, sob a autoridade de um Abade. Alguns abades eram bispos, mas a
maioria dos bispos eram missionários. Com essas regiões abaciais, eles não
conheceram a figura da Diocese, no modelo romano.
A Igreja Celta funcionou até o século VII, como um
ramo autônomo do Cristianismo, se comportando como parte da Igreja
Caólica(universal), mas sem vínculos formais ou subordinação a Igreja de Roma.
A partir do século V as regiões sul e centro da Inglaterra
foram invadida por anglos e saxões e jutos, que a descristianizaram ou
re-paganizaram. Foi por isso que o Papa Gregório Magno, decidiu enviar uma
força missionária para a aquelas regiões, formada por 40 monges beneditinos,
sob a liderança de Agostinho, que se estabeleceram na cidade de Cantuária (Canterbury
perto do litoral, além do objetivo de re-cristanizar a Ingleterra, aqueles
monges deveriam tentar levar a Igreja Celta e se vincular a Roma, respeitando,
tanto quanto o possível, os seus costumes.
Agostinho foi feito Bispo, bem como o seu companheiro
Paulinus, responsável pelo batismo do rei Dewim, da Nortúmbia, e pela “conversão” da nação. Nessa época é
estabelecido um importante centro monástico
na ilha de iona, sob a liderança
de Santo Aidan.
O período da Igreja Celta autônoma chegou ao fim
com a convocação pelo rei Oswy, da Nortúmbia, de delegados celtas e romanos,
para um Concilio na cidade de Whitby, em 664, quando os celtas aceitaram a data
da Páscoa romana e se submeteram á autoridade papal, apesar de resistências de vários lideres, como São
Cutberto, Bispo de Lindisfarne (uma hisória Sé celta). O Papa cria o Arcebispado
de York, segundo em honra ao Arcebispadp
de Cantuária, e simbolo da herança celta. Não houve uma continuidade de
sucessão apostólica dos bispo celtas. O Episcopado Histórico Anglicano tem
inicio com Agostinho.
Obs Trecho extraído do Livro Anglicanismo. Identidade, Relevância, Desafios. (Dom Robinson
Cavalcanti)
A Historia continua.